quarta-feira, 25 de fevereiro de 2015

BELA DICA!


3 comentários:

Fernanda disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Fernanda disse...

Boa Tarde!
Estudo biologia, me interesso bastante por gênero e sexualidade e li sua cartilha sobre Violência de Gênero, achei a ideia muito legal, mas vi alguns erros importantes. Por mais que você tenha explicado na cartilha que gênero e sexualidade são coisas distintas, a própria cartilha escorrega nesses conceitos. Quando fala que bissexual é “uma pessoa do sexo feminino que se identifica como masculino e sente atração pelo feminino ou masculino” essa informação está incorreta. Bissexual apenas se refere a sexualidade de uma pessoa, ou seja, por quem a pessoa sente atração física/romântica. E um bissexual é uma pessoa que se atrai por dois (masculino e feminino) ou mais gêneros, podendo ser um homem bissexual, uma mulher bissexual, uma mulher trans bissexual, etc. Isso porque gênero é como a pessoa se identifica no espectro feminino-masculino (ou outros) e o gênero e a sexualidade se apresentam sem relação um com o outro.

E depois na cartilha esse erro ocorre novamente quando você classifica bullying homofóbico como violência de gênero. Violência de gênero se refere a ser homem ou mulher, sendo que também faltou destacar que as grandes vítimas (seja em quantidade de ocorrências quanto na História) da violência de gênero são as mulheres, faltou dizer que fatores como o tipo de roupa que a menina está usando, com quantos meninos ela ficou, etc são discriminações que só ocorrem com as meninas. O bullying homofóbico se refere a sexualidade da pessoa, não ao gênero. E a violência que transgêneros sofrem é a violência transfóbica, também poderia ter pontuado que existem discriminações que só trans enfrentam, como serem chamados pelo nome da certidão de nascimento e não pelo seu nome de acordo com a identificação de gênero, serem impedidos de usar o banheiro da sua identidade de gênero, etc.

Eu realmente acho que você tem muito a ganhar divulgando essa cartilha para conhecimento de professores, mas ela precisa ser mais abrangente.

Quanto a imagem desse post, também duas coisas que gostaria de apontar é que no sexo biológico, não se fala mais “hermafrodita”, o termo correto é “intersexo” e na identidade de gênero, pessoas transgêneros não são uma categoria a parte de homem e mulher. Mulheres transgêneras são mulheres, homens transgêneros são homens e ficam no mesmo lugar da linha desenhada. No meio da linha, poderiam estar os não-binários (pessoas que não se reconhecem nem como homem nem como mulher, ou se reconhecem como os dois).

Alguns links de assuntos relacionados:
Esse site é muio bom e fala vários conceitos de gênero e sexualidadeespectrometria-nao-binaria.tumblr.com
Esse link tem o título de diversos trabalhos acadêmicos sobre o tema, que estão disponíveis na internet: http://www.fazendogenero.ufsc.br/8/st51.html

Arlindo Weber de Oliveira disse...

Bom dia Fernanda!
Suas observações, com relação a revista e ao post, são pertinentes. Começamos com a do post: Trata-se de um desenho pensado por uma criança. Entendo que existem outras possibilidades de intersexos, mas que era uma imagem pronta. O objetivo era levar um pouco de informação de forma didática ao público leigo, mas entendo que seria mais correto se atendesse outras especificidades.
Com relação a revista, trata-se de um documento que será atualizado a medida que as contribuições e o aprofundamento da pesquisa for acontecendo. Portanto, já estou pensando em uma nova edição já com essas alterações.
Muito obrigado pelas considerações!
Abraço e felicidades!